Um jeito fácil  para identificar qual é a sílaba tônica, é o de  “chamar” uma palavra, a sílaba  que “seguramos” é a tônica da palavra  em questão.
Os  acentos  agudos ou circunflexos devem aparecer nas paroxítonas  terminadas em:  
R - Câncer, revólver 
X - fênix, tórax
N - hífen, Éden
L - amável, difícil 
I - júri, pônei
IS - lápis, fósseis
Ã/ÃS - órfã, ímãs 
ÃO/ÃOS - sótão, órgãos 
US - bônus, vírus 
UM/UNS - fórum, álbuns 
PS - bíceps, fórceps 
                  Para gravar  essas regras,  acentuam-se as paroxítonas terminadas em todas as consoantes da  palavra  RouXiNoL, mais as terminações em: i, is, ã, ãs, ão, ãos, us, um, uns e  ps.
                  Os que não  deverão ser acentuados  são os ditongos abertos “ei/oi” nas paroxítonas, mas não  confunda, são  os ditongos abertos na sílaba que caracteriza as paroxítonas e não   paroxítonas terminadas com a letra “i”, pois neste caso serão acentuados  como  nos exemplos acima.
                 Sendo assim,  não se acentuam: dezoito,  heroico, jiboia, ideia,  assembleia, aldeia, baleia  etc.
                  Para não errar, no momento em que  ler uma paroxítona, note se na sílaba tônica há os ditongos abertos   “ei/oi”, se os tiverem, é só não os acentuar.
A crase e o Novo Acordo Ortográfico
Identificando a Fusão dos Dois “As”
               Observe a  seguir, alguns fatores que precisamos   considerar para julgar se há ou não possibilidade de crase, fatores  estes que intencionam melhorar nossa  compreensão sobre este assunto.
Diante de situações de lugares, troque o destino pela  procedência. Se nesta torça aparecer  a preposição “da”, ocorrerá  crase.
Fui      a Brasília buscar uns documentos. 
Sem  crase, pois na troca (venho de  Brasília) não aparece a  preposição “da”.
Fui à Itália durante alguns dias da minha   lua-de-mel. 
Com crase, pois na troca  (venho da Itália) aparece a preposição “da”.
- Diante de palavras masculinas, não ocorre crase (a serviço,  a  cavalo, etc.), porém,  se estiver subentendida as expressões “à maneira  de ou à moda de”, ocorrerá crase.   
Sempre assisto  a peças teatrais      à Machado de Assis. 
- Se o “a” estiver no singular e a próxima  palavra estiver no plural,  não  ocorrerá crase.   
A palestra foi  muito útil    a pessoas que procuram retornar   ao mercado de trabalho.  
Neste caso, poderíamos escrever “às pessoas”, porém, jamais   escreveríamos    “à pessoas”.
- Não há crase diante de palavras repetidas.   
Gota    a gota,  cara a cara,  dia a dia,   etc.
- Não há crase antes de verbo no infinitivo.   
 A seguir    ,  ouviremosa leitura da ata desta assembléia. 
  No caso, nunca escreveríamos “à seguir”,   pois o verbo seguir está no infinitivo.
- Emprega-se crase diante dos pronomes aquele  (a), aqueles (as) e  aquilo quando  houver fusão de dois “as”.     
Eles chegaram  atrasados      àquele lugar porque o  trânsito  estava congestionado. 
No caso,  houve dois “as”, pois quem chega  atrasado, chega atrasado a  algum lugar,  ou seja, houve junção da preposição  “a” com o pronome  “aquele”.
-Já com a palavra distância, observe se há formação da locução “à  distância de”, se assim houver,  use crase.   
Sou  estudante da modalidade    a distância, pois os horários  são flexíveis.
Dias destes,  identifiquei minha colega de sala à  distância de  uns 200   metros,  aproximadamente.
- Com a palavra casa,  considera-se se há ou não especificação, se  tiver, terá emprego de crase.     
S                         empre retorno a casa de todos. 
Quem são estes todos? Logo,  não há especificação, portanto, não  haverá crase.
Visitarei à casa de Pedro na próxima semana,  pois iniciarei minhas férias. 
No caso, a casa a ser visitada foi especificada, portanto,  há  emprego do acento indicador de crase. 
- Semelhantemente ocorre com a palavra terra, pois  quando Terra for planeta portará acento grave, e quando se referir a  chão,  só terá crase se houver especificação. 
O  retorno dos astronautas      à Terra foi  um verdadeiro  sucesso. 
No caso,  Terra refere-se ao planeta.
O  meu retorno à casa de meus pais foi   motivo de grande alegria para todos os presentes naquela ocasião. 
No caso, houve especificação da casa que recebeu o retorno  de  alguém.
Depois  de um lindo Cruzeiro Marítimo, nós estávamos  ansiosos pelo retorno a terra. 
No  caso, terra significa chão firme e não há especificação. 
às horas, observe se há antes  do emprego do “a/as”, quatro preposições,  a saber: para, após, entre e desde.  Se houver presença destas  preposições, não use crase.     
Estou  aqui      desde as 13h00min.
A  entrevista foi marcada para após as   20h00min.
A  reunião ocorreu entre as 16h00 e  18h00.
Esperávamos-te para as 15h00min.  
No entanto,  se não aparecer estas preposições,  haverá o emprego de  crase normalmente.     
Nossa  visita ao Museu da Língua Portuguesa foi                  às 10h00, mas  por conveniência, dissemos que foi uma hora mais tarde.
As Vírgulas
Dicas para a Utilização da Vírgula
                             Observe algumas  situações em que a  vírgula não é utilizada:
                             Não separe sujeito de  predicados (verbo  e objetos), pois o sujeito é alguma coisa ou alguém  que estamos referindo, e  predicado é aquilo que estamos falando sobre o  sujeito.
Veja essa frase de Fernando Pessoa:
         "A cara (sujeito) está um feixe de  sangue e de  nada". (Predicado composto de verbo e objeto indireto)
                             Não separe o adjunto  adnominal  (expressão que acompanha um nome) dos complementos que vem  junto a um  determinado nome em forma de substantivo (concreto ou  abstrato), seguido de  artigo, adjetivo, pronome, numeral ou locução  adjetiva.
                             Observe isso nessas  palavras de  Ferreira Gullar:
         "O branco açúcar (Substantivo concreto)  que  adoçará meu café nessa manhã de Ipanema..." (Adjunto adnominal).
                             Essa regra é semelhante  para o  complemento nominal, ou seja, para a expressão que completa o  sentido apenas de  substantivos abstratos, recebendo a ação praticada  por ele, ao passo que o  adjunto adnominal completa o sentido de nomes  concretos e abstratos e,  diferentemente do complemento, pratica a ação  que o substantivo lhe impõe.
Observe agora, casos em que a vírgula é   perfeitamente utilizada:
                     A vírgula é utilizada, entre  outras  funcionalidades, para isolar o aposto e o vocativo. Note essa  ocorrência, sucessivamente,  nas frases de Machado de Assis e de  Vinicius de Moraes:
         "Noite, melhor que o dia, quem não te  ama?"  (Aposto).
 "Minha mãe, manda comprar um quilo de  papel  almaço na venda..." (Vocativo).     
                           Também a utilizamos em  orações coordenadas assindéticas, ou seja, orações que  por não  possuírem conjunções, são devidamente interligadas por vírgulas, o que   de nenhuma forma compromete seu sentido. 
                             Veja essas belas  palavras de Érico  Veríssimo:
         "A pessoa errada te faz perder a cabeça,  perder  a hora, morrer de amor..."
                             O mais comum na  utilização da vírgula  é em orações coordenadas. Veja essas palavras de  Charles Chaplin:
         "Você vai pro colégio, tem várias  namoradas,  vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um  bebezinho  de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de  vida  flutuando..."
                             Resumidamente, afirmamos  que a vírgula  é utilizada para separar conjunções, como: mas, porém,  todavia, não obstante,  entretanto, senão, em todo caso, logo, portanto,  pois, etc.
                    Lembre-se que a conjunção  aditiva“e” algumas  vezes substitui a vírgula, como no exemplo a seguir:
         "Eu falo das casas e dos homens, dos  vivos e  dos mortos". (Adolfo Casais Monteiro).
                              Contudo, há situações  em que a conjunção  “e” (assim como as demais conjunções) é usada antes  ou depois da vírgula. Isso  ocorre, principalmente, quando:
-  Há mudança de sujeito                  "As mãos, sobretudo, não podem se apressar, e  os olhos têm que aprender e, com a  ponta dos dedos, contemplar os  acordes..." (Affonso Romano de Sant`anna). 
 
-  Não há sentido de adição             "Se os olhares se cruzarem e, neste  momento,  houver o mesmo brilho intenso entre eles". (Carlos  Drummond de  Andrade). 
 
 
                                             Erika de Souza Bueno Consultora-Pedagógica de  Língua Portuguesa do Planeta Educação