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terça-feira, 27 de abril de 2010

Um pouquinho de gramática

Os porquês de Cecília Meireles
Formas gráficas dos porquês

“Eu canto porque o instante existe e a minha vida está completa. Não sou alegre nem sou triste: sou poeta”. (Motivo - Cecília Meireles).

Intencionado facilitar a compreensão das diferentes formas dos porquês, nos basearemos em algumas das belas palavras de Cecília Meireles.

Cecília Meireles nasceu no Rio de Janeiro em 1901 e aprendeu desde muito cedo o significado das palavras “ausência, morte e solidão”, pois perdera o pai antes de seu nascimento e, antes mesmo de completar três anos idade, sofrera também a perda da mãe.

O sentimento de transitoriedade da vida contribuiu para a formação de sua personalidade. Cecília começou a escrever aos 09 anos de idade, e teve seu primeiro livro, Espectro, publicado em 1919 quando tinha 18 anos de vida.

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Vamos então iniciar nossa análise das quatro formas gráficas dos porquês nas obras desta poetisa, pedagoga e jornalista carioca, lembrando apenas que necessitamos observar cuidadosamente o contexto textual, antes da aplicação das regras expostas a seguir:

Observe:

1. Por que – Na introdução de frases interrogativas diretas, sempre será separado e sem acento.

“Por que me falas nesse idioma? Perguntei-lhe, sonhando. Em qualquer língua se entende essa palavra”. (Reparei que a poeira se misturava às nuvens).

Utilize separadamente também, quando significar motivo, razão, o quê, os quais, pelo qual, etc. Isto ocorre em construções interrogativas indiretas.

“Vejo então por que estranho mundo eu andei, ferida e indiferente, pois tudo fica no sem fundo dos seus olhos eternamente”. (Retrato Falante).

Foto-em-preto-e-branco-de-Cecilia-Meireles-sorrindo

2. Por quê – Nos finais de frases será acentuado e devidamente separado.

“Do silêncio e da solidão escreverei o bem, assim como aquela menina órfã do Rio de Janeiro, mas o caminho para um desfecho feliz é tão árduo que não consigo entender por quê...”.

3. Porque – Quando funcionar como conjunção, ou seja, unir dois termos de uma mesma oração, não possuirá acento e nem separação.

“Não plantaremos lembranças porque estão desde já e para sempre carregadas de lágrimas”. (Plantaremos estes arbustos).

4. Porquê – Sempre que vier acompanhado de um artigo (o,a,os,as, um,uma, etc.), será substantivo. Quando isso ocorrer, será utilizado junto e com o sinal gráfico, ou seja, o acento circunflexo.

“Quando, em Cecília Meireles, os livros forem abertos e as palavras correrem livremente ante meus olhos, entenderei o porquê de tão madura inspiração”.

Lembre-se que quando o “que” for seguido de quaisquer formas de pontuação, sempre será acentuado. A acentuação também é válida para quando ele funcionar como substantivo.

“Sempre que estou diante de alguma obra de Cecília Meireles, deparo-me com um quê composto de mistério, medo e curiosidade.

Texto de  Erika de Souza Bueno Planeta Educação

Um comentário:

  1. Malu, essas dicas são importantes para lembrar e relembrar, não é mesmo? Abraço, joyce.

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