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sábado, 17 de abril de 2010

Gramática - dúvidas ortográficas

  Um jeito fácil para identificar qual é a sílaba tônica, é o de “chamar” uma palavra, a sílaba que “seguramos” é a tônica da palavra em questão.
Os acentos agudos ou circunflexos devem aparecer nas paroxítonas terminadas em:
R - Câncer, revólver
X - fênix, tórax
N - hífen, Éden
L - amável, difícil
I - júri, pônei
IS - lápis, fósseis
Ã/ÃS - órfã, ímãs
ÃO/ÃOS - sótão, órgãos
US - bônus, vírus
UM/UNS - fórum, álbuns
PS - bíceps, fórceps
         Para gravar essas regras, acentuam-se as paroxítonas terminadas em todas as consoantes da palavra RouXiNoL, mais as terminações em: i, is, ã, ãs, ão, ãos, us, um, uns e ps.
         Os que não deverão ser acentuados são os ditongos abertos “ei/oi” nas paroxítonas, mas não confunda, são os ditongos abertos na sílaba que caracteriza as paroxítonas e não paroxítonas terminadas com a letra “i”, pois neste caso serão acentuados como nos exemplos acima.
         Sendo assim, não se acentuam: dezoito, heroico, jiboia, ideia, assembleia, aldeia, baleia etc.
         Para não errar, no momento em que ler uma paroxítona, note se na sílaba tônica há os ditongos abertos “ei/oi”, se os tiverem, é só não os acentuar.



A crase e o Novo Acordo Ortográfico
Identificando a Fusão dos Dois “As”

  Observe a seguir, alguns fatores que precisamos considerar para julgar se há ou não possibilidade de crase, fatores estes que intencionam melhorar nossa compreensão sobre este assunto.


Diante de situações de lugares, troque o destino pela procedência. Se nesta torça aparecer a preposição “da”, ocorrerá crase.

Fui
a Brasília buscar uns documentos.
Sem crase, pois na troca (venho de Brasília) não aparece a preposição “da”.
Fui à Itália durante alguns dias da minha lua-de-mel.
Com crase, pois na troca (venho da Itália) aparece a preposição “da”.

- Diante de palavras masculinas, não ocorre crase (a serviço, a cavalo, etc.), porém, se estiver subentendida as expressões “à maneira de ou à moda de”, ocorrerá crase.


Sempre assisto a peças teatrais
à Machado de Assis.

- Se o “a” estiver no singular e a próxima palavra estiver no plural, não ocorrerá crase.


A palestra foi muito útil
a pessoas que procuram retornar ao mercado de trabalho.

Neste caso, poderíamos escrever “às pessoas”, porém, jamais escreveríamos
“à pessoas”.

- Não há crase diante de palavras repetidas.


Gota
a gota, cara a cara, dia a dia, etc.

- Não há crase antes de verbo no infinitivo.


A seguir
, ouviremosa leitura da ata desta assembléia.
No caso, nunca escreveríamos “à seguir”, pois o verbo seguir está no infinitivo.

- Emprega-se crase diante dos pronomes aquele (a), aqueles (as) e aquilo quando houver fusão de dois “as”.


Eles chegaram atrasados
àquele lugar porque o trânsito estava congestionado.
No caso, houve dois “as”, pois quem chega atrasado, chega atrasado a algum lugar, ou seja, houve junção da preposição “a” com o pronome “aquele”.

-Já com a palavra distância, observe se há formação da locução “à distância de”, se assim houver, use crase.


Sou estudante da modalidade
a distância, pois os horários são flexíveis.
Dias destes, identifiquei minha colega de sala à distância de uns 200 metros, aproximadamente.

- Com a palavra casa, considera-se se há ou não especificação, se tiver, terá emprego de crase.


S
empre retorno a casa de todos.
Quem são estes todos? Logo, não há especificação, portanto, não haverá crase.
Visitarei à casa de Pedro na próxima semana, pois iniciarei minhas férias.
No caso, a casa a ser visitada foi especificada, portanto, há emprego do acento indicador de crase.
- Semelhantemente ocorre com a palavra terra, pois quando Terra for planeta portará acento grave, e quando se referir a chão, só terá crase se houver especificação.

O retorno dos astronautas
à Terra foi um verdadeiro sucesso.
No caso, Terra refere-se ao planeta.
O meu retorno à casa de meus pais foi motivo de grande alegria para todos os presentes naquela ocasião.
No caso, houve especificação da casa que recebeu o retorno de alguém.
Depois de um lindo Cruzeiro Marítimo, nós estávamos ansiosos pelo retorno a terra.
No caso, terra significa chão firme e não há especificação.

às horas, observe se há antes do emprego do “a/as”, quatro preposições, a saber: para, após, entre e desde. Se houver presença destas preposições, não use crase.


Estou aqui
desde as 13h00min.
A entrevista foi marcada para após as 20h00min.
A reunião ocorreu entre as 16h00 e 18h00.
Esperávamos-te para as 15h00min.

No entanto, se não aparecer estas preposições, haverá o emprego de crase normalmente.


Nossa visita ao Museu da Língua Portuguesa foi
às 10h00, mas por conveniência, dissemos que foi uma hora mais tarde.


As Vírgulas
Dicas para a Utilização da Vírgula




         Observe algumas situações em que a vírgula não é utilizada:
         Não separe sujeito de predicados (verbo e objetos), pois o sujeito é alguma coisa ou alguém que estamos referindo, e predicado é aquilo que estamos falando sobre o sujeito.
Veja essa frase de Fernando Pessoa:
"A cara (sujeito) está um feixe de sangue e de nada". (Predicado composto de verbo e objeto indireto)
         Não separe o adjunto adnominal (expressão que acompanha um nome) dos complementos que vem junto a um determinado nome em forma de substantivo (concreto ou abstrato), seguido de artigo, adjetivo, pronome, numeral ou locução adjetiva.
         Observe isso nessas palavras de Ferreira Gullar:
"O branco açúcar (Substantivo concreto) que adoçará meu café nessa manhã de Ipanema..." (Adjunto adnominal).
         Essa regra é semelhante para o complemento nominal, ou seja, para a expressão que completa o sentido apenas de substantivos abstratos, recebendo a ação praticada por ele, ao passo que o adjunto adnominal completa o sentido de nomes concretos e abstratos e, diferentemente do complemento, pratica a ação que o substantivo lhe impõe.
Observe agora, casos em que a vírgula é perfeitamente utilizada:
A vírgula é utilizada, entre outras funcionalidades, para isolar o aposto e o vocativo. Note essa ocorrência, sucessivamente, nas frases de Machado de Assis e de Vinicius de Moraes:
"Noite, melhor que o dia, quem não te ama?" (Aposto).
"Minha mãe, manda comprar um quilo de papel almaço na venda..." (Vocativo).
         Também a utilizamos em orações coordenadas assindéticas, ou seja, orações que por não possuírem conjunções, são devidamente interligadas por vírgulas, o que de nenhuma forma compromete seu sentido.
         Veja essas belas palavras de Érico Veríssimo:
"A pessoa errada te faz perder a cabeça, perder a hora, morrer de amor..."
         O mais comum na utilização da vírgula é em orações coordenadas. Veja essas palavras de Charles Chaplin:
"Você vai pro colégio, tem várias namoradas, vira criança, não tem nenhuma responsabilidade, se torna um bebezinho de colo, volta pro útero da mãe, passa seus últimos nove meses de vida flutuando..."
         Resumidamente, afirmamos que a vírgula é utilizada para separar conjunções, como: mas, porém, todavia, não obstante, entretanto, senão, em todo caso, logo, portanto, pois, etc.
         Lembre-se que a conjunção aditiva“e” algumas vezes substitui a vírgula, como no exemplo a seguir:
"Eu falo das casas e dos homens, dos vivos e dos mortos". (Adolfo Casais Monteiro).
         Contudo, há situações em que a conjunção “e” (assim como as demais conjunções) é usada antes ou depois da vírgula. Isso ocorre, principalmente, quando:
  • Há mudança de sujeito
    "As mãos, sobretudo, não podem se apressar, e os olhos têm que aprender e, com a ponta dos dedos, contemplar os acordes..." (Affonso Romano de Sant`anna).
  • Não há sentido de adição
    "Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles". (Carlos Drummond de Andrade).

                                             Erika de Souza Bueno Consultora-Pedagógica de Língua Portuguesa do Planeta Educação


 

Um comentário:

  1. Boas dicas gramaticais! Vou fazer uma chamada no blog da escola. Abraço, joyce.

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